Soneto da Reflexão

Ao fim das contas, o que fiz de minha vida?

Só o que sei, é que tudo que ousei sonhar,

quase tudo, eu bem consegui realizar,

até mais fácil do qu’imaginasse minha lida.

Ainda assim, alguma coisa ficou esquecida,

qual não fosse dado a meu existir me revelar,

por que o vazio inda insiste em meu respirar,

e não cessa minh’alma de quedar, desfalecida.

Onde m’estará a derradeira verdade escondida?

Como poderia este portal oculto eu alcançar?

Deverei gritar, pr’acordar est’alma adormecida?

Ou seguir, somente? Sem bulir, sem matutar;

deixar em paz o coração, qual em sacra ermida...

...Que assim, por si, possa esse mistério se desvendar...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 02/11/2011
Reeditado em 02/11/2011
Código do texto: T3312906
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