SEM TÍTULOS

Subi ao pico do Himalaia, um dia

Para apreciar o teto do planeta

E não encontrei nada de valia,

Nem sinal de uma Senhora porreta

Perdida na rudez da sertania.

Olhos brilhantes em forte cor preta,

Mulher linda, tomada de alegria

Poetisa, inteligente, “anacoreta”.

Mata intrincada, escura até com sol

Desisti e voltei pelo arrebol,

Se eu pudesse lá mesmo ficaria.

Mas, poeta dos menores, sem recursos,

Sem títulos e sem demais concursos

Como me ater com a soberania?