CANÇÃO SEM LÁGRIMAS
Assim como a noite pura e impura
não saem lágrimas do rosto fino
o brilho da musa para a morte é cura
é canção do vento que vem do sino
não existem mais mágoas ou tristezas
a alma sente-se já equilibrada
diz no escuro, no fim da escada
que nas almas as suas clarezas
assim como nas noites poéticas
no velho bar bebe o poeta mudo
a alma ri das reclamações patéticas
ri e ri alto em linhas frenéticas
a alma, agora livre, é louca e é tudo
não se preocupa com questões éticas