SONETO DA SÚPLICA
Apenas queria falar da minha dor,
Mas não encontrei ouvidos atentos,
Escondendo o que há muito tento,
Tirar de mim comum denominador.
Fazer uma limpeza no vão do peito,
Estourar a barragem da vil tristeza,
Ou em gotas tais para ter a certeza,
Que nenhuma pedra finque o leito.
Ouça-me! Ajuda-me! Hoje sou eu,
Suplicar de um pouco do sacrifício,
Amanhã talvez não ouçam o teu.
Não! Não peço amor de dura pena,
Deixando para alguém o cruel ofício,
Quando essa contida dor me condena.