INSÓLITA MADRUGADA

Madrugada tão alta e o meu sono

camarada de cama, me lesou...

Grande mágoa no seu lugar chegou

me lançando em tristeza ao abandono.

Ouço os ébrios na rua se enrolando

no ladrar do cachorro inofensivo...

O odor do zinabre do lascivo

já percebo das troças retornando...

E me lembro de minha adolescência,

lembro rostos pintados, noite em claro,

giz de cera nas faces sobre a mesa...

No meu dedo queimando à paciência,

sob olhar de menino o meu amparo...

Hoje em quadro um cansaço: a luz acesa!