CARMA NOSSO DE CADA DIA

Trago pesado em mim esse fardo

Que queima no fogo do passado

No inferno próprio que me ardo

Por toda dor que tenha causado.

O receio e o rancor que guardo

Aquecem a negrura desta alma

Que o perdão queda no aguardo

Na espera do amor que acalma.

Pesa-me o ponteiro dessa hora

– tempo implacável e dolorido –

Do futuro e do extenso agora

Não apaga a mancha do meu ido

Quando cada segundo demora

Jazo um século a mais ferido.

Edvaldo Pereira dos Campos Netto
Enviado por Edvaldo Pereira dos Campos Netto em 22/11/2011
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