Carnais, sejam carnais tantos desejos,
     Carnais, sejam carnais tantos anseios,
     Palpitações e frêmitos e enleios,
     Das harpas da emoção tantos arpejos...
      
 
     Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,
     A noite, ao luar, intumescer os seios
     Lácteos, de finos e azulados veios
     De virgindade, de pudor, de pejos...
      
 
     Sejam carnais todos os sonhos brumos
     De estranhos, vagos, estrelados rumos
     Onde as Visões do amor dormem geladas...
      
 
     Sonhos, palpitações, desejos e ânsias
     Formem, com claridades e fragrâncias,
     A encarnação das lívidas Amadas!

                                        (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:

www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br  



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 23/11/2011
Código do texto: T3352561