Trêmula e só, de um túmulo surgindo,
     Aparição dos ermos desolados,
     Trazes na face os frios tons magoados,
     De quem anda por túmulos dormindo...
      
     A alta cabeça no esplendor, cingindo
     Cabelos de reflexos irisados,
     Por entre aureolas de clarões prateados,
     Lembras o aspecto de um luar diluindo...
      
     Não és, no entanto, a torva Morte horrenda,
     Atra, sinistra, gélida, tremenda,
     Que as avalanches da Ilusão governa...
      
     Mas ah! és da Agonia a Noiva triste
     Que os longos braços lívidos abriste
     Para abraçar-me para a Vida eterna!

                                                (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:
www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br     



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 24/11/2011
Código do texto: T3353108