Ri tua face um riso acerbo e doente,
     Que fere, ao mesmo tempo que contrista...
     Riso de ateu e riso de budista
     Gelado no Nirvana impenitente.
      
     Flor de sangue, talvez, e flor dolente
     De uma paixão espiritual de artista,
     Flor de Pecado sentimentalista
     Sangrando em riso desdenhosamente.
      
     Da alma sombria de tranqüilo asceta
     Bebeste, entanto, a morbidez secreta
     Que a febre das insânias adormece.
      
     Mas no teu lábio convulsivo e mudo
     Mesmo até riem, com desdéns de tudo,
     As sílabas simbólicas da Prece!

                                         (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:
www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br     
www.dominiopublico.gov.br



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 26/11/2011
Código do texto: T3357374