Divina
     Eu não busco saber o inevitável
     Das espirais da tua vi matéria.
     Não quero cogitar da paz funérea
     Que envolve todo o ser inconsolável.       
 
     Bem sei que no teu circulo maleável
     De vida transitória e mágoa seria
     Há manchas dessa orgânica miséria
     Do mundo contingente, imponderável.       
 
     Mas o que eu amo no teu ser obscuro
     E o evangélico mistério puro
     Do sacrifício que te torna heroína.       
 
     São certos raios da tu’alma ansiosa
     E certa luz misericordiosa,
     E certa auréola que te fez divina!

                                    (de “Faróis”)
 

Créditos:
www.biblio.com.br/

www.bibvirt.futuro.usp.br   

www.dominiopublico.gov.br


João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 27/11/2011
Código do texto: T3359761