Metempsicose

    Agora, já que apodreceu a argila
     Do teu corpo divino e sacrossanto;
     Que embalsamaram de magoado pranto
     A tua carne, na mudez tranquila,
      
     Agora, que nos Céus, talvez, se asila
     Aquela graça e luminoso encanto
     De virginal e pálido amaranto
     Entre a Harmonia que nos Céus desfila.
      
     Que da morte o estupor macabro e feio
     Congelou as magnólias do teu seio,
     Por entre catalépticas visões...
      
     Surge, Bela das Belas, na Beleza
     Do transcendentalismo da Pureza,
     Nas brancas, imortais Ressurreições! 

                                   (de “Faróis”)
 

Créditos:
www.biblio.com.br/

www.bibvirt.futuro.usp.br   

www.dominiopublico.gov.br


João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 27/11/2011
Código do texto: T3359842