SONETO DO AMOR EM IMENSA AMARGURA

ESCURECERAM-SE ALI, TODAS AS ESTRELAS DO CÉU.

QUEDARAM-SE OS ARCHOTES, AO CHÃO, DE JOELHOS.

SÓ NÃO MORREU O IMENSO AMOR QUE A TI QUERIA.

SILENCIADO EM TRISTEZA NO CANTO DAS COTOVIAS.

NASCEU UMA TRISTEZA QUE ASSOLA O MEU MUNDO.

TETRAPLÉGICAS FICARAM AS RODAS DESTE MOINHO.

O MONJOLO QUE TANTO DERRAMAVA , PURAS ÁGUAS.

AGORA VIVE A VERTER, O MEU SANGUE EM MÁGOAS.

PORQUE PERMITE DEUS QUE NÓS AMEMOS TANTO.

QUE ATÉ AO NOSSO CORAÇÃO CAUSA ESPANTO.

RETIRARMOS DA FERIDA, A SUA ÚTIL ATADURA...

PORQUE DEUS, TU PERMITES QUE AMEMOS TANTO ?

ATRAVESSEMOS CEGOS, O CAMINHO DA IMPOSTURA

E CONTINUAR AMANDO, A QUEM SÓ NOS DÁ AMARGURA.

MAURICIO DE AZEVEDO

PEQUENA JANELA PARA UMA SAUDADE POÉTICA.