Viúva-negra
Lúgubre, insana e homicida
Amante da frieza e da morte!
Ferina sedução, de fino corte,
Dissimulada, torpe e pervertida!
Nefasta mensageira da má sorte!
Algoz da avidez desprevenida!
Devora minha carne aprodecida;
Deleite-se da dor deste consorte!
Se a carne do cadáver te sustenta,
Preserva-me, ao menos, minha alma...
Reserva-te do verbo que abomina.
Não tens porque humilhar-me, assassina,
Se a tua sede, o sangue meu, acalma;
E a minha carne crua, te alimenta!