Soberbo

O chão em que pisas, ó soberano

Não o sentes, perverso que tu és

Feito capacho, o chão, a teus pés

Espera-te, um dia, em desengano.

De nada vale tanto orgulho, nada

A soberba, obscena e sem virtude

Alardeia os brios, e da magnitude

Desponta a ignorância exacerbada.

O poder, nota-se quão o ostentas

E na vaidade, ele que te alimenta

Mas uma vez perdido, te apavora.

E mais tarde, agoniado e disforme

Teu corpo cai, e vencido, dormes

Vem o chão, se abre, e te devora.

HELDER C ROCHA
Enviado por HELDER C ROCHA em 06/12/2011
Reeditado em 26/03/2021
Código do texto: T3375505
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