Soneto da morte...

Vivo sem sorte, nesse léu humano, como réstia...sem a luz,

Na ratoeira de um tempo malsão, onde as nuvens são a deixa...

Para o requinte que se esvai, e que lamenta: Sem chás.

Sem o respeito ao momento familiar: Que nem existe mais.

O tempo que urge e reprime vem, mas se acabrunha diante do mal

Ele restringe-se apenas a passar, e nem se atreve a sobejar...

Parece que agora, o tempo ficou mais velho: aniquilado pelas hostes

E a morte então vem tomar o seu lugar...vem cultuar...

E abocanhar seus víveres mais humanóides que outros então...

Vistoriosa chega e abate tudo que não tem zêlo...

e aquele que em desmantelo está, sucumbi justificadamente..

E aquele que por desvelo floresce, a agonia permanecerá...

Como único alumiar, pois a espera é fecunda ...

Assombrosa mulher, cega e justa: Vem morte! nos cubra...

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 09/12/2011
Código do texto: T3379834
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