PARAÍSO (Marco Aurelio Vieira) / A MUDANÇA (Ely Cabral)

E de repente, o mundo inteiro rebrilhou...

As desavenças se pintaram de branduras...

Brotaram doces do revólver que atirou

delicadezas pelos páramos de alvuras...

Um belo pássaro encantado de ternuras

semeou, nas almas, coloridos e cantou

as melodias divinais às criaturas

que de leveza o Deus supremo decorou...

E ocultas culpas e remorsos se extinguiram...

Banhados foram, de perdões, os que traíram...

E ergui a paz no paraíso que proclamo...

Eu bem me lembro, vi o sol, feliz, sorrir...

Pararam brisas sobre as flores para ouvir

quando emanaste dos teus lábios: “Eu te amo”!

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Obrigado, poeta Ely Cabral, pela gentil, bela e honrosa interação:

A MUDANÇA

Tal foi o dia em que tudo aconteceu:

A minha vida até então de desenganos

Mudou de forma, cores, tons... E novos planos,

trouxeram a mim até a crença em um Deus...

E eu fiquei tão sem sentido, sem muletas.

Sem ser por mim, escravizado por dois braços

e aos soluços, em carinhos e afagos...

Sem perceber, estava eu, em suas presas...

Tão displicente, arrancou as minhas chagas

e me privou, tão seu pudor, das agonias...

E preencheu, sem eu pedir, meus tristes dias...

O que não cega, não se chama de paixão,

por Santo Cristo, eu não vou pedir perdão! -

Por me entregar demais - por minhas lágrimas...

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 12/12/2011
Reeditado em 13/12/2011
Código do texto: T3384578
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