ESCOMBROS

Nas mansões em ruínas das ausências

de quem teve um começo afortunado

de felícias, blandícias e inocências...

Nos entulhos, poeiras do passado...

eu ergui minha tela de dolências,

frustrações de um destino mal traçado...

Derramei tinta tóxica de imprudências

no cenário mortiço e acinzentado.

Dilacera a saudade dos primórdios

de melódicos sons em monocórdios...

Sinfonias completas de uma nota...

Ai, que ardência em meu peito merencório!

Nos escombros dos sonhos, meu velório,

o meu próprio final que se denota.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 15/12/2011
Reeditado em 07/05/2016
Código do texto: T3389909
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