Perdoe-me, Papai Noel!
Papai Noel, dize-me se tu tens,
A fantasia que a tristeza esconde,
E no saco, um punhado de reféns,
À espera de outro mundo, vê-lo aonde?
Papai Noel, tu podes me perdoar
De o querer, querer mais, só por um dia?
Com asas soberanas sobre o mar,
Ser ave de outra espécie... Me alforria!
Já cego, ao desamparo e em perigo,
O meu sonho caminha ao desabrigo,
Sem dons... Ah! Tua fábrica ditosa!
E o obriga, sendo o pobre e indigente,
Refugiado nos campos do inconsciente
A fundir-se a uma pétala de rosa.
Canoas. dezembro de 2008/RS