PERPLEXO ESTADO

Infeliz a canção que me tortura,

que me faz desumano e inerte ser!

Sentimento que irriga o meu viver

faz-se a marca de dor que me emoldura...

Pincelada tão vil me desfigura,

descolore o perfume, isto a saber,

nos retoques de um choro a me conter!

Desatino de berro é tal figura...

Este som no grilhão deste sabor,

este monstro de angústia e este amor

me condenam... Sou órfão de esperança...

Com receio dos versos que eu tinha

me tornei um império sem rainha,

um escravo sem voz que não descansa!