NA ESTRADA DE DAMASCO * Poema para Maria de Magdala

Que manto de silêncio assim te esconde,

perdida sob névoa e banimento?

Já nem o eco à minha voz responde!

Até te silencia a voz do vento!

A boa nova, espanto e maravilha,

aos outros que ficaram, tu levaste.

Eleita, confirmaste, na partilha,

a força da raiz na frágil haste.

O turbilhão dos tempos te tragou.

Das trevas sem registo e sem memória,

a lenda que o sem tempo deslumbrou

no todo o sempre escreve a tua história.

Na tela onde o pintor te quis dilecta,

eu vivo a minha angústia de poeta.

José-Augusto de Carvalho

26 de Dezembro de 2011.

Viana*Évora*Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 27/12/2011
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T3409067
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