“Fé no amanhã” - Soneto

“Fé no amanhã”

Nas minhas frases sem vírgulas acervo irreal

Fiapos de renuncias, num itinerário forjado

Minha alma tem ciência desse vazio abissal

Resiste às intempéries, desse tempo roubado

Nas paredes do silencio, coladas às memórias

Um punhado indecifrável de nuances turvas

Escorrem pela pele, extravasando em escorias

Num sentir ilógico, nas surpresas das curvas

Suntuoso poder contraditório que amordaça

Porem transborda e crê que na vida há viradas

No trajeto sombrio, uma dócil centelha abraça

Ostenta o ciclo da vida, assumindo as ciladas

Na certeza do amanhã, fundamenta o pensar

E no endereço do sol, planta firme o caminhar

Glória Salles

26 outubro 2009

20h03min

-Registro na Biblioteca Nacional

-Ministério da Cultura

-E.D.A.