O mar, e amar
Esperando subir o sol nascente
Observo a lua em fase de minguante
Que é qual o coração deste semblante
Que vê no azul o amor remanescente
E em cada onda ressente o mal que sente
Desprezo que não há reza que espante
Que deseja à mulher que fora adiante
E faz de mim malvado e malquerente.
A ternura, o tesão: d'alma exilados!
Sozinho nesta praia aborreço
A alegria e a paixão: pesados fardos!
Ah, o mar! Maior melancolia não há!
Só é mais triste estar de ti possesso
E saber que o amor não mais será.