O mar, e amar

Esperando subir o sol nascente

Observo a lua em fase de minguante

Que é qual o coração deste semblante

Que vê no azul o amor remanescente

E em cada onda ressente o mal que sente

Desprezo que não há reza que espante

Que deseja à mulher que fora adiante

E faz de mim malvado e malquerente.

A ternura, o tesão: d'alma exilados!

Sozinho nesta praia aborreço

A alegria e a paixão: pesados fardos!

Ah, o mar! Maior melancolia não há!

Só é mais triste estar de ti possesso

E saber que o amor não mais será.

Cirilo
Enviado por Cirilo em 09/01/2007
Código do texto: T341721