Presos
No instante, no momento,
Na hora da partida,
Sem esperança, sem saída,
Presos a um sentimento.
Acorrentados, amordaçados,
Doentes, sujos, dilacerados,
Isolados além da fronteira moral,
Sentindo por vezes o irreal.
E cheia de malditos vem a barca,
Cada qual com sua marca,
Unidos neste mal-estar...
Não existe vela, não existe leme,
O sentido está na razão solene,
Guia a nau quem enxergar.