PODAS *
Por onde nasce um sonho se o vazio
Abriga o meu espaço de pensar?
Ó tempo, me degradas! Como és frio!
De frio pode-se um sonho alimentar?
Morreu a melhor hora... Eu pressentia!
Quando nas mãos da noite ainda morna,
A dor a lhe surrar ... Que covardia!
Um vulto solto ao ar que foi-se embora.
Quando eu for terra morta da semente,
Brincarem água e ar na mesma roda,
O fogo viverá noutra nascente?
Por ti não lutarei! És fraca, ó vida!.
Se o tempo te maltrata ao fazer podas,
Que sonho restará? Uma ferida?
Canoas, janeiro 2012/RS