"SEM MOTIVOS PARA ESPERANÇA"

Enquanto há vida, há esperança,

Mas a vida há de estar inteira, nunca partida.

Enquanto há esperança, como um sonho de criança,

É porque há algum sinal de que a vida é mantida.

Quão doce motivo é saber-se em vida arder,

Estar na condição de almejar o futuro mesmo distante,

Planejar com possibilidades viáveis de acontecer,

Permitir-se reavaliar se o objetivo é oscilante.

Quão amarga razão se tem ao perceber improvável

A vida que se leva numa luta incansável

E sem alento aparente, nem lampejo de vitória

Como numa inconsciência na perda de memória

Despojando-se de tudo numa rapidez que apavora

E faz da vida que leva pura questão de horas.

(ARO. 1994)

Profaro
Enviado por Profaro em 18/01/2012
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