[Soneto 3] Alma negra
Sozinho eu, neste frio que leva,
dessas lágrimas penduradas
ao profundo âmago de treva
Luz dissipada, dor ascende,
Esperança que vai não volta,
O fim que o corpo pressente,
por tanto do que desperdicei;
Corpo ferido por pecado,
Consumido na sala branca
meu pagamento é pesado,
Este fim desta minha vida
Nunca sonhei que seria assim,
fúnebre prelúdio, som algum,
Livre da carne, alma negra