NO SILÊNCIO DAS AREIAS... *
Ferino o teu silêncio aos meus sentidos,
Massacre da Guernica de Picasso.
Ó cansaço! Que filho dos gemidos
Faria do silêncio estardalhaço?
Pulsa um célere raio em minha aorta,
E o silêncio se afoga em laico grito.
Sangue abismal o náufrago te exorta:
Cai, ó terra! Levanta-te infinito!
A caverna solar ergue seu cetro.
Com o gesto de abrir almas inteiras,
Deixa o palco noturno ser desperto...
Contrai-se o mar e mostra, à noite, o ventre,
Parindo, no silêncio das areias,
Tua voz que me diz: - Eternamente!...
Canoas, janeiro de 2012/RS