NO SILÊNCIO DAS AREIAS... *

Ferino o teu silêncio aos meus sentidos,

Massacre da Guernica de Picasso.

Ó cansaço! Que filho dos gemidos

Faria do silêncio estardalhaço?

Pulsa um célere raio em minha aorta,

E o silêncio se afoga em laico grito.

Sangue abismal o náufrago te exorta:

Cai, ó terra! Levanta-te infinito!

A caverna solar ergue seu cetro.

Com o gesto de abrir almas inteiras,

Deixa o palco noturno ser desperto...

Contrai-se o mar e mostra, à noite, o ventre,

Parindo, no silêncio das areias,

Tua voz que me diz: - Eternamente!...

Canoas, janeiro de 2012/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 23/01/2012
Reeditado em 13/08/2014
Código do texto: T3456998
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