MEU CORPO NO VARAL

MEU CORPO NO VARAL

Exposto ao sol, ali, bem esticado,

tão limpo e claro ao raiar do dia,

Era a imagem da poesia

pelo olhar da manhã, observado.

Parecia um tecido delicado

e a brisa matinal o sacudia.

Inda orvalhado, que fotografia!

Que belo quadro estava ali pintado!

Meu corpo no varal, gente, que encanto!

Porém o tempo, o vento e o pó do mundo

Atingiram o varal e, tanto, tanto,

que agora apenas sou um trapo imundo

ao balanço de um vento nada santo,

bem enrugado, fraco, moribundo.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 25/01/2012
Código do texto: T3459957
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