Reflexo do interior

Como floresta de folhas paradas

Ou fogaréu em campo descampado

Eu, buscando o reflexo, obstinado

Imerso em fogo para a empreitada

No subterrâneo respirei seguro.

Imagem que no interior habita,

Afogue aquele que está à deriva!

Quero ver aurora sagrada puro.

Não vá meu corpo à opaca superfície

E eu não me embebede da luz profana

Que cega quem é contra o que Deus disse

Perder a tua imagem me assombra

Estando no fundo a divina luz

E na luz externa a perda da sombra.

(Proposta de poema barroco. Heterônimo: Giulius Salvetti, autora: Jucely Regis)