O BARCO
O BARCO
E o barco ia seguindo sem destino,
singrando aquele mar de escuridão.
A sorte não lhe dava explicação,
apenas o levava ao desatino.
Dias e dias, chuva ou sol a pino,
navegava a triste embarcação.
Nem mesmo um iceberg, um encontrão,
para um fim de corrida, repentino.
Quantas voltas já dera no oceano
Com o casco já entregue à maresia!
Somente o fundo mar era o seu plano
Quando a vaga maldita o perseguia.
Já gastara, das velas, todo o pano,
para que cultivar mais fantasia?