TANTAS AS PENAS.... .. ( Soneto clássico)

Pássaro que voa, excedendo a altura,
ás vezes, no impulso da euforia,
no corpo, cada pena na aventura,
poderá se perder pela ousadia.


Sou uma ave, ascendendo na procura
de alguém, a quem se ama, à revelia,
na minh' alma essa ânsia de ventura
é pena me ferindo em demasia.


O que quero tem sido uma quimera,
pois sem pena e nenhuma complacência
eu me sinto um amante solitário.


Enquanto pelo tempo, feito espera,
aguardo desse amor correspondência,
vou registrá-lo, à pena, em meu diário.