NEOLIBERALISMO *
É cedo, e sinto a boca a qual me tomo,
Em fúria ante o túmulo entreaberto.
Ai, que lambuzo enquanto a terra como
E arroto a frio as crias do deserto.
Com mãos nas noites de plebeia fome
Arrasto a história pra todos os vícios
Idiotas!... Ouçam o eco dos seus nomes
Intoxicados entre os precipícios.
Quão miserável sou!... Durmo faminta.
Das gorduras da terra, osso e sal
Possa, eu, sempre alargar a minha cinta
Com risos, onde os leitos se consomem,
À guisa do macabro ritual.
- Comam! Comam! É bom! Comam o homem!
Fevereiro/RS-Canoas