ALMA DESERTA!
(EC)

 
 
Alma oca, deserta, desvalida,
seguia aquele homem, ao acaso.
Na face, avultando o ricto raso,
como a desmembrar-se da própria vida!
 
Olhar perdido no longínquo ocaso,
a alma que vagava empedernida,
buscando pela sorte - uma saída
que não lhe incitasse ao descaso.
 
As marcas indeléveis e profundas
da alma deserta que o pranto inunda,

ainda mais vê-se extasiado...
 
Diante da beleza que o circunda,
desleixa-se da alma moribunda,
juncando-a de transparentes bordados!
 
 
(Milla Pereira)
 

 
 
Este texto faz parte do EC
DESERTOS DA ALMA.
Para conhecer outros textos, acesse:

http://encantodasletras.50webs.com/desertos.htm
(Junte-se a nós!)