João e o Galo do Campo

Galo do Campo pousou na beirinha do telhado,

olhou tudo bem de cima, postura imponente,

esquadrinhou o mundo, sagaz e penetrante,

e soltou um trinado arguto e esganiçado...

Debaixo das palhas suspira João, desconsolado,

responde ao triste lamento da ave plangente,

há tanto o arrasta essa espera, angustiante,

E trás-lo o sentido aflitivo e atormentado...

Ao soar do gemido da ave, hora após hora,

A resposta de João ecoa, assaz merencória,

Pois que ainda flameja o sol, causticante, inclemente!

E depois que o sol desaba e vai-se embora,

Inda tem João seu Deus, e canta-lhe glória,

Nunca perde a fé o matuto... Oh, ser surpreendente!

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 15/02/2012
Reeditado em 06/03/2016
Código do texto: T3501151
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