A Vida

(Para Bárbara)

A vida, meu amor, é uma doença

É um réquiem que acompanha teus encantos,

Mascaram-se nas flores os teus prantos

E caem teus sonhares na descrença.

O tempo que nos resta é uma presença:

Fraqueja e geme, como muitos tantos...

Em pobres e hediondos desencantos

Arrasta-nos ao fim de uma sentença.

Que resta-nos, então, que não perdemos

No agouro da genética má sorte?

Pois logo após o instante que nascemos

Não há momento algum que nos conforte

E, por ventura, o muito que teremos

Será somente a solidão da morte.

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 20/01/2007
Código do texto: T352992
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