Soneto antipoético
Eis-me! Sou um poeta em gestação.
Ando, sem rumo, como fezes n'água,
a poluir o rio em que deságua
meu arremedo de inspiração.
Dizem que eu tenho o coração
e o raciocínio dum poeta.
Dizem que sofro as dores secretas
que todos os poetas sofrerão.
Será que esses loucos têm razão!?
Serei mesmo um poeta em gestação!?
Quiçá alguém me dê uma resposta.
Enquanto aguardo, eu sigo vivendo,
pensando poesias, escrevendo...
e sempre produzindo a mesma bosta.