LOUCAMENTE [CCCXXII]

Tenho o crânio, sou falto só do siso:

todos notam e o senso o mais atesta,

que, se o topo se junta à minha testa,

cá, por dentro, meu tino é impreciso.

Inventei de enviar-te algum aviso?

Tudo simples, mensagem tão modesta,

já portando os arroubos de uma festa,

num poema de amor, mas sem juízo.

Imprecisas palavras, linhas tortas,

tortos versos d’essências verdadeiras,

da minh’alma jorrados pelas portas.

Mas o louco que fui, e ainda sendo,

mesmo tente de ti ir-me às carreiras,

mais te amo, sem fim, e a ti me prendo.

Fort., 03/03/2012.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 03/03/2012
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