PARA OS DIAS ATRIBULADOS

Quando estiverdes em dias atribulados

cantai uma cantiga ao silêncio

e um pássaro pequeno pousará

na vítrea janela do vosso quarto.

Pegai um livro nesses dias tristes,

andai descalços nas calçadas nuas,

a alma toda fluirá do frasco

que é o vosso corpo sepulcral.

Regai a manhã com a água pura

do cântaro azul do infinito.

Ride ao velhinho curvado na estrada

na solidão do dia espectral.

Cantai uma cantiga ao silêncio

quando estiverdes em dias atribulados.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 18/07/2005
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