Um dia serei um morto
Um dia serei nada mais - um morto
A vida passa, mas a terra fica
A sepultura é quem me indica
A tão funérea vida sob o horto
O tempo é o mestre que nos mata
Pouco a pouco, a planta vai secando
Não sei a hora, nem sei quando
Chegará o dia deste nefelibata
Saturno será nosso mestre e guia
Em nossa misteriosa jornada
Pudera eu neste fúnebre dia
Abrir-me os olhos ao raiar da manhã
Que me aguarda nesta hora dourada
Pois tudo pra trás era vida vã.