Tédio
Olá poeta ! Como tem nascido seus sóis?
Uma noite sem a luz que alumia meu ser;
Os dias que passam sem girar girassóis;
Momentos de tédio, sem razão, sem sofrer!
Dias se arrastam sem atormentar mais,
Cobrem de névoa a alma antes do alvorecer.
Fui poeta, mas quem me dera ser herói:
O qual um dia alguém me fez crer.
Fui de letra a letra em cantos celestiais,
mas tão fria, não faz manhã, faz morrer,
esta palavra que no soneto o hiato mói.
Faz no sentimento indiferenças fatais,
Faz apagar o Sol, e o dia sempre correr,
O derradeiro verso à existência corrói.