À Janela

Junto à janela, olhando a rua,

cumpro esse ritual que é diário,

quando sutil a noite se insinua

e o sol dá por findo seu horário.

Quero ver você surgir na esquina

como faz todo dia, na hora certa,

hoje apressada, sob a chuva fina

que o meu coração mantém alerta.

O ocaso se detém, à sua espera,

e até eu aqui, sem ter mais nada,

só trago no coração essa quimera.

E mesmo depois que você passa,

outro sol mantém a rua iluminada:

o meu amor, refletido na vidraça.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 13/03/2012
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