Quarenta anos
Quarenta anos passados para trás
Eis-me agora diante do mistério:
O futuro, vislumbro todo sério
O passado, um brutal de muitos ais
O que era, passado, já não entra
Muitas páginas brancas e cinzentas
Navegando no meu rio das tormentas
Cheguei agora à casa dos quarenta
Se eu tivesse uma bola de cristal
Veria meu futuro numa esfera
Entre névoas de sonho liberal
Chegarei à velhice tão sincera?
Ou epitáfio do mundo do mortal?
Em todo caso, o tempo sempre espera.