SONETO DE REPUGNA

Se contorce na volúpia do momento,

se regala no acúmulo do capital

como um vil demônio agourento

que esbraveja neste país tropical

Se revigora na opulência do dinheiro

enquanto empobrecem as virtudes pessoais

À ignomínia se entrega por inteiro

e, aparentemente, sobrepõem-se aos demais

E segue assim em suas sendas

de manhã, à tarde e à noite

só lhe restam improfícuas vendas

E segue assim sua vida

como pestilento cão

lambendo a própria ferida

Morpheus