PODERIA...
PODERIA...
Poderia ter sido muito bela
a viagem traçada, assim, do nada.
Já não era tão nova a madrugada,
pois já banhava, o sol, minha janela.
O futuro iludia, em grande tela,
que seria feliz minha jornada;
muitas flores plantadas nessa estrada
até então, tão simples, tão singela.
Não me falou, o vento, da poeira...
Não me falou, a chuva, que era fria...
Ninguém me disse: a lua é zombeteira...
Nem sempre, lá do céu, a lua espia.
Restou-me o duro chão, essa pedreira.
Porém, me ajuda, o mel da poesia.