Apenas silêncio

Quando se vestiu a tarde de véu escuro

vi teu rosto pairando nos meus braços.

Uma lágrima desfilando em minha face

caiu feito pluma desprendida do espaço.

Não vi rio, nem pólen de tulipas na lua,

somente estrelas na solidez brilhando.

Cada brilho constelar me fez ver a tua

mão tocar meu rosto rindo e cantando.

Mas a lua que anda em lentos passos

nas ruas de teias e topázios do espaço

apagou o caminho escondendo seu luar.

Sentindo uma farpa rasgando o peito

procurei por tudo meu sonho perfeito

mas nunca mais consegui a encontrar.