TECELAGEM

 
 
 
Rode livre a roda imaginária, e rode, e rode...
E as galáxias afaguem suspensos novos astros
de raios metálicos em domos, ogivas e arcos
incidentes na crua superfície do meu asteróide.
 
 
Essa roda fantástica que rode, rode, rode...
Conduza nos universos o matiz de marcos,
insígnias e tatuagens da pele sã nos parcos
desejos: dor vertiginosa, que grita e explode. 
 
 
Rodízio em caleidoscópio fluindo amor em demasia
na mística engrenagem dessa nave transparente
- desse corpo anômalo rasgando o espaço reticente -,
 
 
para anunciar, no porto de um planeta qualquer,
prometido pouso sobre o seio da absoluta mulher.
- E teça a roda, e rode assim o fio da fantasia.



Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos".
 
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 22/03/2012
Código do texto: T3569467
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