REZA
 
À Jerônima, minha mãe.
 
 
 
 
 
Acaricia, vassoura, o terreiro
- gravetos e os ciscos de agosto,
outono e fruto, velhos temperos
do meu ninho transposto.
 
 
Esparge lembrança, névoa poeira:
nossas conversas de alpendre
- nalguma infância primeira,
o colo materno que me prende.
 
 
Agora, mãe, também espaneja
a tua oração os vestígios da gente
na roça, bruta, sertaneja...
 
 
- Que vida, mãe, fora mais feliz
e infligira crédulo aprendiz
quem te espera, o filho ausente?


Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos"

Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 22/03/2012
Reeditado em 10/08/2012
Código do texto: T3569568
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