Baudelairiano

O mal tira da morte a cinza desdita

Aquele jogo que na sorte se perdeu

Do escombro o olhar daquela maldita

De Circe a boca hiante não comoveu.

Dos ósculos fies a desordem evita

No enterro do morto um feliz judeu

A horrível e velha estátua crepita

Um macilento desenho se rompeu.

Extinção de amores na plenitude

O tempo passa devagar na cidade

A esfera da morte aqui acre e rude...

Torpe embusteiro dessa Existência

Na memória do poeta a eternidade

No deleite bacante a temível glória!

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 30/03/2012
Reeditado em 18/12/2019
Código do texto: T3585113
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