Soneto para uma flor

Perto sinto o perfume da laranjeira em flor,

então lembro do abraço que jamais tivemos.

Na nossa distância: _Céu à terra, riso à dor.

Choro pelo: _Eu te amo_ Que nunca dissemos.

Em teus olhos, que em cada canto se procura

feito onda me conduzo, por caminhos errados.

Ao ver o céu azul, em luz de mística ternura

na solidão contemplo e em pensamento divago.

Quando em passos, chego perto e formosa vejo

tão bela ou mais bonita quanto o sol de abril,

na frieza noturna sinto a doçura do teu beijo.

Penso: _Enquanto houver sol ou névoa escura

sobre a terra, em sonhos ou realidades mil,

firmo dizer: _O quanto este sabor me tortura.