PASSAGEM

No descampado extenso e verdejante,

uma donzela segue rumo à fonte.

Vai a buscar a água que sacia,

um passo imemorial, já usado antes.

Vem, no sentido oposto, um viajante,

embaralhando as linhas do destino

e, no transverso cruza os passos dela,

sobre a relva marcada do caminho.

Trás os vergéis anônimos, os montes,

sobra do outro lado um oceano.

Dele, num dia antigo, a vida veio:

a Providência a fez tão colorida!

Passagem, sem as marcas do começo:

– O céu, um mar virado pelo avesso!

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